Ao anoitecer, um som nunca ouvido antes pelas lindas matas da reserva chama nossa atenção.

Coruja-orelhuda: nova espécie para a RPPN Dona Aracy.
Uma ótima notícia nos alegrou no mês de dezembro de 2010, pois, ao conversar com um biólogo do Projeto Arara-azul, percebemos que a RPPN Dona Aracy havia sido contemplada com mais uma espécie de ave para sua extensa lista.
Ao caminhar pelas imediações da RPPN, Douglas, biólogo da equipe do Projeto Arara-azul, ouviu um som diferente do que está acostumado a ouvir ao anoitecer. O som era grave, bonito e incomum naquela área. Ele seguiu o som e se surpreendeu com a coruja-orelhuda (Rhinoptynx clamator), uma ave de rapina que possui uma das audições mais bem desenvolvidas entre as corujas. É uma espécie de médio porte, possuindo de 30 a 38 cm de comprimento e podendo atingir um peso até de 550 gramas.
Alimenta-se de pequenos mamíferos como roedores e morcegos, mas também caça aves e grandes insetos. Essas corujas constroem ninhos no solo ou em ocos de árvores, fazendo uma postura de 2 a 4 ovos, que ficam sob os cuidados da fêmea que é alimentada pelo macho. Os ovos eclodem 30 dias após o início da incubação e, após a eclosão, os pais se alternam nos cuidados com os filhotes.
Esta espécie ocorre em alguns países, como a Venezuela, a Bolívia, o Paraguai, a Argentina, o Uruguai e em todo Brasil exceto na floresta amazônica. A nova espécie de coruja nunca tinha sido vista no Refúgio Ecológico Caiman e animou a equipe de guias da pousada e da RPPN Dona Aracy.